quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HUMBERTO DE CAMPOS - IRMÃO X


Humberto de Campos Veras nasce aos 25 de outubro de 1886 numa pequena cidade do Maranhão chamada Miritiba, hoje Humberto de Campos.
É incrível que hoje poucos brasileiros sabe quem foi esse notável escritor que teve uma infância triste e pobre numa das regiões mais carentes do País. Nomes como Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis, Aluísio Azevedo, entre outros, são rapidamente reconhecidos pelas pessoas, mas o nome desse grande Brasileiro, pequeno na estatura física, mas de proporções enormes em cultura e sentimentos, ainda é ignorado.
Para conhecer melhor esse homem, autodidata, nas letras e nas adversidades da vida, retirei algumas passagens do diário secreto de Humberto de Campos,  que foi escrito no período de janeiro de 1915 a novembro de 1934 e do livro Irmão X, meu pai,  livro esse que foi elaborado pelo seu filho caçula Humberto de Campos Filho.


"Dono de um estilo inconfundível, escrevendo um português corretíssimo e sabendo como poucos colocar uma vírgula no lugar certo, Humberto de Campos conseguia sensibilizar o leitor dos mais diferentes quadrantes culturais. Não só porque redigia de uma forma simples e fluente, como também pelo enfoque dos assuntos que explorava, quase sempre ligados, de alguma forma, com o dia-a-dia da criatura humana.Nos seus últimos dias de vida, a crônica diária que era publicada no Rio de Janeiro era reproduzida simultaneamente em jornais de São Paulo, Salvador e Porto Alegre.Também, semanalmente, lia uma crõnica ao microfone da Rádio Roquete Pinto.Por duas legislaturas seguidas foi deputado federal pelo seu estado, Maranhão.Na época que antecedeu seu falecimento, sua candidatura como senador estava sendo articulada.Também não deve ser esquecida sua atividade como acadêmico, sempre empenhado na organização do "vocabulário", queixando-se amargamente da maioria de seus pares que só estavam interessados no "chá-das-cinco" e no recebimento dos seus "jetons". No auge de sua notoriedade como jornalista, foi dono de uma revista de humor, intitulada "A maça", que alcançou enorme sucesso."
Pouco tempo antes de desencarnar deixou esse conselho a seu filho, Humberto de Campos Filho:
"Meu filho; quando chegar o dia em que tiveres de escolher uma profissão, pensa em tudo, menos em literatura.Porque no Brasil, meu filho, esses profissionais da pena são vitimas da adversidade, vítimas da sua própria abnegação.Não pretendo, com essas palavras, procurar insinuar no teu espírito aspirações outras que não sejam propriamente tuas. Falo como pai.Falo pela voz da experiência.Falo como um profissional".
Em uma das mais belas passagens do Diário Secreto, narra o escritor o seu drama pessoal na busca da fé:
'Procurei Deus no meu coração. Não o achei. Tentei ajoelhar-me. A mentira da minha fé revoltou-me a mim próprio. A música religiosa continuava a derramar-se, a diluir tudo, a envolver todas as coisas, numa atmosfera de paz, de renúncia e de doçura cristã. Olhei as pessoas que me cercavam. Todas rezavam, a cabeça baixa, a alma recolhida, o joelho no chão. Só eu não rezava! Só eu não tinha fé! Só eu não tinha Deus!...O suor gelado borbotou-me na testa. Uma agonia invadiu-me o cérebro. Uma nuvem toldou-me os olhos. Procurei sair dali, correr,fugir, fugindo daquele cenário, fugindo de mim próprio. Encontrei uma das portas laterais. Atravessei a rua. Em determinado momento, as pernas me faltaram. Encostei-me a uma porta fechada e deixei-me escorrregar para o chão. Sentei-me no batente de pedra. Mergulhei a cabeça nas mãos. Pessoas que se encaminhavam para a missa, olhavam e passavam. Não sabiam elas que se estava decidindo, alí, o destino de um Deus no coração de um homem."

De menino pobre, que trabalhou nos armazéns e nos seringais do maranhão, em 8 de maio de 1920 foi recebido como membro da academia Brasileira de Letras.Trabalhando desde menino no Armazem do seu tio,onde realizava serviço de limpeza de vazilhames, aprendeu a falar Francês fluentemente. Em 20 de julho de 1917, o escritor registra as primeiras manifestações da enfermidade que o faria  mais um cliente do sofrimento. Anos sob acompanhamentos médicos e cirurgias, tendo ainda que escrever para sobrevir, vem a desencarnar no dia 5 de Dezembro de 1934 aos 48 anos de idade.
Humberto de Campos escreveu vários livros. Crónicas, contos e poesias. Conhecia como poucos sobre mitologia e contos universais, e com isso, enriquecia ainda mais sua literatura.
Em uma página do seu livro "Os Párias", deixou registrado:
"A crítica não me conhece. Os homens de letras não me lêem. As classes ilustradas ignoram a minha passagem pela Terra. Os jornais não têm o meu retrato nos seus arquivo."
 Obra literária de Humberto de Campos
Crônicas

Da Seara de Booz
Mealheiro de Agripa
Os Párias
Lagartas e Libélulas
Sombras que sofrem
Destinos
Sepultando Meus Mortos
Notas de um Diarista (1ª e 2ª Série)
Reminiscência
Um sonho de Pobre
Contrastes
Últimas Crônicas
Perfís (1ª e 2ª Série)
Fatos e Feitos

Crítica Literária

Carvalhos e Roseiras
Críticas ( 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Séries)

Memorialísticas

Memórias
Memórias Inacabadas
Fragmentos de Um Diário
Diário Secreto (1° e 2° volumes)

Contos Humorísticos

Vale de Josafá
Tonel de Diógenes
A Serpente de Bronze
Gansos do Capitólio
A Bacia de Pilatos
A Funda de Davi
Grãos de Mostarda
Pombos de Maomé
Antologia dos Humoristas Galantes
O Arco de Esopo
Alcova e Salão

Contos

O Monstro e Outros Contos
À Sombra das Tamareiras

Poesias

Poeira (1ª e 2ª Série)
Poesias Completas

Pesquisas Históricas e Literárias

O Brasil Anedótico
Antologia da Academia Brasileira de Letras
O Conceito e a Imagem na Poesia Brasileira

Contos Infantís

Histórias Maravilhosas

Livros Ditados Por Humberto de Campos como Irmão X, através da Mediunidade de Chico Xavier.

Crônicas de Além-Túmulo.
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Novas Mensagens.
Boa Nova.
Reportagens de Além-Túmulo.
Lázaro Redivivo.
Luz Acima.
Pontos e Contos.
Contos e Apólogos.
Contos Desta e de Outra Vida.
Cartas e Crônicas
Estante da Vida.
Relatos da Vida.
Histórias e Anotações.
Palavras do Infinito.

Para quem ainda duvida da continuidade da vida após esta vida, analise com critério as obras de Humberto de Campos em vida e faça uma comparação com os livros Psicografados por Chico Xavier e notarão que é o mesmo estílo inconfundível do escritor maranhense.

Algumas frases de Humberto de Campos 

"Quando se tem os olhos nas estrelas, as roseiras no chão em que pisamos, aumentam o número de rosas e vão, pouco a pouco diminuindo os espinhos."

"A caridade não serve unicamente para se empregar o dinheiro que sobra, mas também, os pensamentos sem dono e as horas que são demais."

"A justiça tem na mão uma espada, quando deveria ter, no lugar desta, um coração."

"Quando um sonho é grande demais, é preferível morrer com elede a deixar que ele morra sozinho."

"A felicidade é tão rara, tão difícil de se encontrar nesse mundo, que ninguém tem o direito de destruir a alheia, e ainda menos,de renunciar àquela que tem."

"A sabedoria consiste não na conservação das coisas boas que recebemos, mas em transformar em coisas boas as más coisas que o céu nos dá."

"Sinto que a minha alma se purifica no sofrimento e que meu coração, trabalhado pelas dores próprias, se preparou melhor para a compreensão das dores alheias."

"Eu quero, na minha pobreza, conservar livres para as grandes campanhas em favor dos humildes, a minha consciência, a minha voz e a minha pena."

"Sou simplesmente um homem que experimentou a vida, que provou o veneno do pecado e que esteve mergulhado nos pauis, nos quais sentiu o gosto da lama. Foi olhando os charcos que vi quanto é bela a claridade seca das estrelas."

" Abençoado sejas tu, meu Deus, que me concedeste a graça dos altos prazeres do espírito, este consolo de viver a vida do meu pensamento!
Que seria de mim, na verdade, sem essa benção do céu, ao sentir-me, no limiar da velhice, pobre, doente, feio e quase deformado e, sobretudo, sem amor e sem amigos!
Os homens, as mulheres deixaram-me nu, como um mendigo. Mas Deus, na sua misericórdia, vestiu-me de estrelas..."




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CHARLES BABBAGE - O VISIONÁRIO

 CHARLES BABBAGE
Matemático britânico (26/12/1791-18/10/1871). Inventor de uma máquina de calcular considerada precursora do computador. Nasce em Teignmouth, no condado de Devon, e estuda em Cambridge, onde, depois de formado, leciona matemática e realiza pesquisas. Em 1811 decide desenvolver um aparelho de calcular capaz de eliminar os frequentes erros produzidos pelo método manual, usado nas tabelas astronômicas e de navegação feitas com a supervisão de matemáticos.
Pronto em 1822, o equipamento protótipo de Babbage trabalha com oito posições decimais e calcula diferenças finitas. Em 1833 cria o projeto da máquina analítica, capaz de somar, subtrair, dividir e multiplicar, efetuar operações em sequência e armazenar os resultados intermediários de até mil números de 50 dígitos, antecipando o futuro computador.
Depois de executar o processamento dos dados, a máquina reproduz os resultados em cartões perfurados ou em relatório impresso. O governo inglês considera a invenção - muito avançada para a época - de utilidade duvidosa, e o projeto não sai do papel. Morre em Londres.


domingo, 19 de agosto de 2012

O LIXO DO LUXO

Para muitos o luxo é uma necessidade, para outros o luxo é um lixo, e outros, no entando, tiram o seu sustento do lixo do luxo. Nada degrada tanto a visão humana ao contemplar seres disputando um pedaço de carne podre. Homens e abutres encarando-se e arquitetando o próximo assalto.
As políticas públicas ainda não estão sendo voltadas para uma melhor distribuição dos bens para a população, população que insiste em ignorar o poder transformador de uma politica mais refinada. A política como ciência é um instrumento de transformação e de melhoria para todo o organismo social. Ao povo brasileiro, assim como à todos que  convivem em sociedade, digo que o maior castigo para todos aqueles que não se interessam pela política é que fatalmente serão controlados pelos que se interessam.


Acesse no link abaixo e assista ao pequeno filme "Democracia, dá pé?"

http://www5.fgv.br/fgvonline/static/cg/OCWCTEAD/swf/cinema/democracia.html

A ERA DA INFORMAÇÃO





Como se deu o desenvolvimento tecnológico
Clique no link abaixo:
http://www5.fgv.br/fgvonline/static/cg/OCWCTEAD/swf/cinema/historia.html

O GRANDE ENIGMA

O homem é um enigma ambulante ainda  procurando a árvore do conhecimento, e quanto mais a mente avança em busca do saber, mais se adensa a sua ignorância. Ser mutável em busca de sua definição. Crente na sua superioridade racional, as vezes se comportando de forma tão baixa  que envergonharia qualquer irracional.Constante na sua inconstância e fiel na sua infidelidade,segue admirando as estrelas, assim como faziam os seus ancestrais a milênios,  imaginando o que seria aquelas fogueiras no céu. Das suas indagações construiu muitas coisas; a bússola, que o ajudou a nortear os caminhos, embora hoje ele se encontre tão perdido; descobriu a pólvora, que foi utilizada para dinamitar esperanças; com a roda tornou-se o senhor das armas nas suas carruagens de guerra; do tacápe rústico à zarabatana ,incrementou a sua tecnologia mortífera  com o projétil que aniquila;  do navio tosco de madeira que o levou à terras distantes, criou o encouraçado destruidor com canhões de grosso calibre. Com o avião, conquistou uma das ultimas fronteiras, o céu. Voar era o sonho almejado, e com Ícaro e dédalo construiu asas de ceras. Mas antes fosse assim, apenas asas de cera ao invés das potentes asas de aço que, estendidas como imponente falcão, levou a morte e  a destruição nos conflitos em que ele se meteu.
Agora, notamos algumas contradições nessa nova etapa da caminhada. Mesmo na chamada era da informação ele ainda se encontra tão desinformado com relação a si mesmo, e com o advento dos conflitos modernos, as armas ficaram inteligentes e ele, mais estúpido.
Bem, tenhamos compaixão pois na contagem do tempo cronológico ele ainda é mais novo que uma bactéria.

O PROBLEMA DAS GALINHAS

Certa feita, Chico Xavier se encontrou diante de um grande problema delicado. A familia de chico notou que as galinhas, que ajudavam a manter o estomago um pouco mais aliviado diante da escassez da familia humilde, estavam sumindo misteriosamente. O pior é que ficou comprovado que o culpado era o Sr. Antenor, vizinho extremamente respeitoso até então.Todos saiam bem cedo para a faina do dia-a-dia e só voltavam bem tarde. Como proteger as galinhas que representavam para todos uma fonte de ajuda na alimentação. Como proceder? Cortar relações? Acusar abertamente o Sr Antenor criando uma atmosfera tensa entre ambos? A familia desesperada pede a chico que ele resolva o impasse.
Chico então vai até a casa de Sr. Antenor num domingo ensolarado acompanhado de sua irmã mais velha. Ela foi preparada para ver um Chico nervoso que ela nunca tinha visto, mas para o seu desespero e sua estupefação, chico, após trocar os cumprimentos calmamente com o Sr. Antenor, faz um pedido extranho. Pede para que o Sr. Antenor ficasse com as chaves da casa pois ele era tido por todos como uma pessoa correta e de extrema confiança. Diante do pedido de Chico, o Sr. Antenor não teve como recusar. Ao chegarem em casa, a irmã e toda a familia começaram a duvidar da normalidade de Chico. Como pode entregar as chaves para aquele que representava a raposa do galinheiro? Chico pedio calma a todos e disse que logo eles iriam entender.
Passados vários dias e a familia então compreendeu. Depois que o Sr. Antenor começou a ficar com as chaves da casa, nunca mais sumiu uma única galinha do galinheiro!

Essa belíssima história de grande sabedoria , nos faz refletir sobre a necessidade  de apaziguar os conflitos humanos e nos mostra que a responsabilidade coibi os desvios de conduta.


http://youtu.be/Fku_HFA3QaM

REVOLUÇÕES

Após o grande arranque que a civilização sofreu com a máquina a vapor na revolução industrial do século XVIII, os meios de produção , com a utilização das novas ferramentas tecnológicas, foram sendo melhorados e ampliados e toda a sociedade foi modificada. Os velhos costumes e paradígmas foram sendo substituídos. A concepção do que era normal e imutável foi sendo abalada no seu alicerce e as noções de tempo e espaço foram remodeladas.
Hoje nos encontramos no limiar de novas e profundas revoluções. Com o processo de globalização, as aldeias humanas foram se aproximando; notícias em tempo real, viagens ultra-rápidas, máquinas interativas e inteligentes, e medicamentos miraculosos amenizando o sofrimento dos individuos.
O observador mais atento se questionará, olhando para a mega-metrópole moderna e se perguntará:
    Nas luzes de ouro da cidade
    Que vaporam fulgida neblina
    Esquivo ideal, felicidade
    Qual dessas luzes te ilumina?

Revolução quer dizer, girar em torno, modificar. E após tantas revoluções, o homem acabou zonzo e parece se perder em seus próprios conceitos. O que noto é que até hoje, embora tenham nos auxiliado muito, as nossas ciências tem sido insuficientes para criar e manter a nossa tão almejada felicidade.
Tudo porque a questão fundamental não está nas tecnologias como ferramentas exteriores, mas sim, no artífice que pensa e raciocina, que sente e vibra, que é o próprio homem.
Se hoje fosse inventada  a máquina de teletrasporte, amanhã, receberiamos nos noticiarios manchetes de grandes fortunas sumindo misteriosamente.
Para a chegada de novas tecnologias com o seu emprego correto, antes é preciso que se eduque os homens



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